No ano de 2009, para assinalar o 10o aniversário da morte de Amália Rodrigues, Nuno Gonçalves foi convidado pela editora Valentim de Carvalho, a reinterpretar algumas canções do vasto catálogo de Amália Rodrigues, o grande Ícone do Fado Mundial. O projecto pautou-se pela plena liberdade de escolha das composições, dos seus colaboradores, dos arranjos e toda a direção musical.
Assim nasceu o disco, Amália Hoje com edição no dia 27 de Abril de 2009, com nove fados imortaliza- dos por Amália Rodrigues e reinterpretados com uma abordagem pop contemporânea assumindo a postura de que Amália Rodrigues foi a primeira e maior estrela pop de Portugal. Na altura do lançamento, Nuno Gonçalves afirmava que “olhando para o passado, ouvindo discos, analisando tudo o que Amália criava, começámos a perceber que Amália era muito mais do que Fado. Amália foi a primeira e talvez a única artista pop com dimensão mundial, que Portugal alguma vez teve”.
Para esta homenagem, deixaram a guitarra portuguesa fora do estúdio de gravação e trouxeram sangue novo ao repertório da fadista, incluindo guitarra eléctrica, bateria, sintetizadores, Coro, Metais, programações e uma orquestra de cordas – London Session Orquestra.
A lista de faixas do álbum reflecte, “uma escolha pessoal dos fados de Amália, mas ao mesmo tempo uma escolha que não é óbvia”, pois escolheram “composições que tivessem espaço para crescer e que tivessem uma sensibilidade pop inata”.
O primeiro single lançado, Gaivota, um poema de Alexandre O’Neill e música do colaborador de longa data de Amália Rodrigues – Alain Oulman – foi cantado por Sónia Tavares e rapidamente se tornou no maior sucesso de rádio do ano.
Fernando Ribeiro interpreta Formiga Bossa Nova, também de O ́Neill e Alain Oulman, e Grito, poema escrito pela própria Amália Rodrigues com música de Carlos Gonçalves.
Paulo Praça interpreta Nome de Rua, de David Mourão-Ferreira e Alain Oulman, entre outras canções.
O projecto Amália Hoje apresentou-se em todo o território nacional para dezenas de milhares de pessoas em festivais, teatros e com 40 músicos da Orquestra Sinfónica da República Checa, esgotaram cinco espectáculos no Coliseu de Lisboa e no Coliseu do Porto exactamente 10 anos após a morte de Amália Rodrigues, em Outubro de 2009.
Desde o seu lançamento, o disco conquistou o estatuto de tripla platina com mais de 90.000 unidades vendidas só em Portugal, tendo sido um dos últimos grandes fenómenos nacionais de vendas, tendo o projecto ultrapassado as fronteiras de Portugal com concertos na Ásia, no Canadá, EUA, Brasil além de vários outros países europeus.