Foto: © João Costa
Foto: © João Costa
The Gift
Algures num dia de Verão de 2008. Conduzo o carro. Ligo ao Fernando Ribeiro… Olá, Fernando. Daqui Nuno dos Gift. Tudo bem? A conversa dura 2 minutos. Proponho um projecto sobre Amália Rodrigues. Fernando responde – Nuno, eu não percebo nada de Fado… Eu retribuo – Fernando, eu também não… Então aceito… diz decidido…. Estaciono o carro. Teclo no telemóvel a letra P. Paulo Praça? A proposta foi semelhante à que fiz segundos antes ao Fernando. Amália? Mas remixes? – Não, Paulo. Uma banda escolhida por mim para fazer apenas e só um disco… Nuno, conta comigo!
Sónia responde – Nuno, claro que quero que me convides! Estava decidido…
19 de Agosto. Namíbia. Escolho o alinhamento. Escolho as canções. Escrevo no meu livro de capa dura as ideias. O nome saiu-me assim que o avião levantou. Hoje. Amália Hoje. Apontei os estilos, as canções, as texturas, os ambientes que queria recriar. Escrevi 4 vezes a palavra ‘épico’. Escrevi ainda que a Gaivota seria era a música que servia de manifesto a todo o projecto… Não quero que as 3 vozes respirem sozinhas. Uma banda, 3 vocalistas, uma só voz… Passados 30 minutos fecho o livro de capa dura que continha o plano da minha vida nos futuros meses. Saí do avião feliz e motivado. O livro, por esquecimento, ficou no avião. O livro de capa dura que hoje ainda estará em solo Africano que continha todos os ambientes, adjectivos, conceitos, tinha sido esquecido. Nunca mais o encontrei. Retive o mais importante… Amália Hoje… foi assim que começou.
Desde logo senti que o disco estava já desenhado na minha cabeça. Não haviam notas, não haviam letras, não havia nada mas já tinha a certeza de tudo. Gravei aqyuilo que queria, nem mais nem menos. Fiz a escolha de acordo com o livro de capa dura que nunca mais encontrei. Hoje o disco está feito. As vozes são apenas uma. Sei de cor as canções. Elas, as canções, Hoje são vida, esperança e a eterna saudade que hoje se escreve de todas as cores. Se Portugal é só Fado, então o Pop é a preto e branco. Hoje Portugal tem vozes que conseguem dizer que Amália era mais que fado. Fado é redutor para a voz que brindou o mundo e ainda mais redutor para os compositores que imaginaram as melhores canções pop de sempre da história da música Portuguesa. Hoje é um veículo pop sem fronteiras nem barreiras, sem concepções nem travões. Hoje é aquilo que quisemos que Amália hoje fosse. Hoje somos todos aqueles que acham que Portugal é muito mais que aquilo que se mostra. Hoje é história. Hoje somos todos nós.
— nuno gonçalves, 2009
percurso profissional
Nuno Gonçalves é um dos membros fundadores da banda The Gift e uma das figuras centrais na música em Portugal. Multi-instrumentista, compositor e produtor, Nuno teve um papel essencial na construção da identidade artística da banda, que tem sido uma referência na cena musical portuguesa desde os anos ’90.
Como um dos principais compositores e produtores da banda, Nuno Gonçalves foi o motor criativo por trás da sonoridade dos The Gift, que combina influências de pop, rock alternativo e música eletrónica. Nuno rapidamente se destacou pela sua capacidade de experimentar com diferentes estilos e pela abordagem inovadora à produção musical.
A colaboração com Brian Eno foi um dos pontos altos da carreira de Nuno. Produzir um álbum com um dos produtores mais influentes do mundo representou um momento de viragem, ajudando a consolidar o sucesso internacional dos The Gift.
Com uma carreira marcada pela inovação, pela colaboração com grandes nomes da música internacional e pela produção de trabalhos icónicos, continua a ser uma força criativa em constante evolução. Como líder dos The Gift , Nuno mantém um legado de sucesso e influência que atravessa gerações.
“Amália foi a primeira e talvez a única artista pop com dimensão mundial que Portugal alguma vez teve.”
— Nuno Gonçalves
The Gift
Algures num dia de Verão de 2008. Conduzo o carro. Ligo ao Fernando Ribeiro… Olá, Fernando. Daqui Nuno dos Gift. Tudo bem? A conversa dura 2 minutos. Proponho um projecto sobre Amália Rodrigues. Fernando responde – Nuno, eu não percebo nada de Fado… Eu retribuo – Fernando, eu também não… Então aceito… diz decidido…. Estaciono o carro. Teclo no telemóvel a letra P. Paulo Praça? A proposta foi semelhante à que fiz segundos antes ao Fernando. Amália? Mas remixes? – Não, Paulo. Uma banda escolhida por mim para fazer apenas e só um disco… Nuno, conta comigo!
Sónia responde – Nuno, claro que quero que me convides! Estava decidido…
19 de Agosto. Namíbia. Escolho o alinhamento. Escolho as canções. Escrevo no meu livro de capa dura as ideias. O nome saiu-me assim que o avião levantou. Hoje. Amália Hoje. Apontei os estilos, as canções, as texturas, os ambientes que queria recriar. Escrevi 4 vezes a palavra ‘épico’. Escrevi ainda que a Gaivota seria era a música que servia de manifesto a todo o projecto… Não quero que as 3 vozes respirem sozinhas. Uma banda, 3 vocalistas, uma só voz… Passados 30 minutos fecho o livro de capa dura que continha o plano da minha vida nos futuros meses. Saí do avião feliz e motivado. O livro, por esquecimento, ficou no avião. O livro de capa dura que hoje ainda estará em solo Africano que continha todos os ambientes, adjectivos, conceitos, tinha sido esquecido. Nunca mais o encontrei. Retive o mais importante… Amália Hoje… foi assim que começou.
Desde logo senti que o disco estava já desenhado na minha cabeça. Não haviam notas, não haviam letras, não havia nada mas já tinha a certeza de tudo. Gravei aqyuilo que queria, nem mais nem menos. Fiz a escolha de acordo com o livro de capa dura que nunca mais encontrei. Hoje o disco está feito. As vozes são apenas uma. Sei de cor as canções. Elas, as canções, Hoje são vida, esperança e a eterna saudade que hoje se escreve de todas as cores. Se Portugal é só Fado, então o Pop é a preto e branco. Hoje Portugal tem vozes que conseguem dizer que Amália era mais que fado. Fado é redutor para a voz que brindou o mundo e ainda mais redutor para os compositores que imaginaram as melhores canções pop de sempre da história da música Portuguesa. Hoje é um veículo pop sem fronteiras nem barreiras, sem concepções nem travões. Hoje é aquilo que quisemos que Amália hoje fosse. Hoje somos todos aqueles que acham que Portugal é muito mais que aquilo que se mostra. Hoje é história. Hoje somos todos nós.
percurso profissional
Em 2000 Sónia e Nuno Gonçalves, participam em várias apresentações ao vivo do álbum de Rodrigo Leão, Alma Mater, onde interpretam o tema “A Casa”, originalmente interpretado por Adriana Calcanhotto.
Participa, também, no mesmo ano, numa das versões de “Dama Dada” dos Cool Hipnoise. Em 2001 é lançado o disco ao vivo Pasión de Rodrigo Leão. Colabora mais tarde, em três canções do álbum Cinema de Rodrigo Leão, de 2004.
Em 2008, Sónia Tavares fez a capa da edição de Outubro da revista gay portuguesa Com’ Out, com figura andrógina – a figura do Joker
No final de 2011, é anunciada a gravidez de Sónia, fruto da sua relação com Fernando Ribeiro.
Em 2013, integra como jurada o programa de talentos musicais da SIC, Factor X.
Em 2020 e 2021, foi investigadora nas duas temporadas do programa A Máscara da SIC.
Em 2023 integra o painel de mentores do The Voice Portugal, na RTP1.
“Amália foi a primeira e talvez a única artista pop com dimensão mundial que Portugal alguma vez teve.”
— Nuno Gonçalves